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Equipamentos aumentam a pressão no sistema, ajudando a levar o recurso a pontos onde antes não chegava com força e frequência
A implantação de 12 unidades de bombeamento de água na Zona Norte carioca já beneficiou 137 mil pessoas desde novembro de 2021, quando a Águas do Rio assumiu os serviços de saneamento em 27 cidades fluminenses – na capital, são 124 bairros atendidos. Até o fim do ano, a previsão é que pelo menos outros cinco equipamentos semelhantes entrem em funcionamento, melhorando o fornecimento para mais sete mil moradores de Honório Gurgel, Marechal Hermes, Vila Valqueire, Cordovil e Parada de Lucas.
De acordo com a concessionária, a escolha das localidades foi baseada em um estudo técnico, que apontou ruas que demandam de uma maior pressão no sistema.
“O objetivo é que essas pessoas não sofram mais com o desabastecimento causado pela baixa pressão. Os boosters, como são chamadas essas bombas, auxiliam no transporte da água pelas tubulações, principalmente para as regiões mais altas. Sabemos que mais água nas torneiras é sinônimo de saúde, bem-estar e qualidade de vida. E transformar vidas é o nosso propósito”, afirmou Fábio Dias, gerente de Operações da empresa.
Ainda segundo a Águas do Rio, a expectativa é que famílias desses bairros, após anos usando baldes e galões para abastecer suas residências, possam viver sem essa angústia. Desde criança, Verônica dos Santos mora na mesma casa da Rua Igaratá, em Marechal Hermes. A secretária, de 34 anos, lembrou do drama que a incomoda desde a infância:
“Muitas vezes tive que ficar acordada de madrugada tentando encher a caixa. Geralmente, lavo minhas roupas na casa de um parente e, quando a água cai aqui em casa, eu priorizo o banho do meu tio, que é acamado e mora comigo. Para manter a casa limpa, uso a água que sai da máquina para lavar o quintal. Espero que, com a instalação da bomba, essa realidade mude”, disse ela.
Banho de caneco nunca mais
Uma obra que acabou de vez com a necessidade de transportar baldes de água pra cima e pra baixo. É desta maneira que Geralcino da Silva, de 86 anos, se refere ao trabalho da Águas do Rio realizado em fevereiro na Rua Cintra, na Penha Circular.
“Moro na Rua Guatemala há 58 anos, e a questão da água aqui na rua era complicada. Quando caía, não era suficiente para encher as caixas, nem usando bomba caseira. Eu tomava banho no trabalho e trazia duas latas grandes de água para fazer as atividades de casa. Depois da instalação da bomba na Rua Cintra, nunca mais precisei tomar banho de caneco”, disse o idoso.
No final do ano passado, moradores de Vigário Geral também começaram a notar que o fornecimento de água melhorou. O motivo: a instalação de um booster na Praça Itapitanga. As torneiras secas em alguns pontos do bairro causaram até uma situação inusitada no dia a dia do casal Jorge Luiz Pereira e Suellen.
“Temos uma peixaria e, como o abastecimento era irregular na nossa casa, levamos a máquina de lavar até a loja para poder lavar roupas. Depois da obra, passamos a ter água todos os dias e levamos a máquina de volta pra casa. Nunca mais precisamos carregar galões de água também”, disse Jorge, que mora em Vigário Geral desde que nasceu, há 37 anos.