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Mais de 80 milhões de água contaminada com esgoto deixaram de cair no ecossistema todos os dias e vida marinha renasce

“Golfinhos, raias e tartarugas-verdes. É cada vez mais comum encontrar esses animais na Baía de Guanabara nos últimos anos”. A fala é do diretor do Instituto Mar Urbano (IMU), o biólogo, fotógrafo e cinegrafista Ricardo Gomes, que há 30 anos mergulha e filma um dos mais belos ecossistemas do mundo. “Muito se fala dos problemas da baía, mas já posso afirmar que vejo um aumento na vida marinha e águas cada vez melhores para o mergulho, principalmente na enseada de Botafogo e Urca”, afirma.

A fala de Ricardo vai ao encontro das ações da Águas do Rio, que desde que entrou em operação, em novembro de 2021, vem recuperando estações de tratamento e de bombeamento de esgoto, tubulações, registros e outras estruturas. O trabalho – está tornando o sistema de esgotamento sanitário mais eficiente e seguro, ampliando sua capacidade de coletar e tratar o efluente gerado na Região Metropolitana do Rio.

Com isso, cerca de 82 milhões de litros de água contaminada com esgoto deixaram de cair nas praias oceânicas e da Baía de Guanabara.

“A recuperação dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto existentes já nos trouxe resultados positivos com águas mais limpas e sucessivos relatórios do Inea mostrando períodos cada vez maiores de balneabilidade em praias historicamente poluídas da Baía de Guanabara, como Paquetá, Flamengo e Urca. Isso significa que quando fazemos a nossa parte, ou seja, trabalhamos com foco na despoluição da baía, a natureza faz a dela e se regenera”, explica o Vice-Presidente da Aegea, holding da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.

Maior projeto ambiental dentro da concessão fluminense, a recuperação da Baía de Guanabara é um processo gradativo. De acordo com o Marco Legal do Saneamento, a Águas do Rio tem até 2033 para universalizar o esgotamento sanitário, ou seja, coletar e tratar o esgoto de 90% da população, em todos os 27 municípios em que a concessionária atua, o que inclui as cidades no entorno da baía. O investimento vai somar R$12 bilhões.

Ações inéditas de esgotamento sanitário protegem praias e baía

Uma das grandes ações da Águas do Rio foi a desobstrução do Interceptor Oceânico, túnel de 9 km de extensão responsável por coletar grande parte do esgoto da Zona Sul e direcioná-lo para o Emissário Submarino de Ipanema. Após 52 anos sem limpeza e manutenção, cerca de 3 mil toneladas de resíduos foram removidas, permitindo que o coletor operasse em sua capacidade máxima. Essa intervenção foi fundamental para prevenir extravasamentos e contribuir para a melhoria da qualidade das praias, como a do Flamengo.

A concessionária também vem recuperando as estações de tratamento de esgoto (ETES). A ETE Alegria, no Caju, a maior do estado, cujo efluente desagua na Baía de Guanabara, aumentou ainda mais sua vazão, após interligação do tronco coletor de Manguinhos, realizada em junho de 2023, pelo Governo do Estado. Com 4,6 km de extensão, ele receberá o esgoto de aproximadamente 600 mil moradores da região, levando o efluente para tratamento na ETE Alegria.

Paquetá

No ano passado, em Paquetá, a concessionária Águas do Rio universalizou o serviço de esgoto da ilha. Isso significa que os 4 mil moradores do bucólico bairro carioca, têm, pela primeira vez, esgoto totalmente coletado e tratado. Para atingir esse marco do saneamento básico no Rio de Janeiro, a concessionária fez diversas ações. Ampliou a rede de coleta, construiu uma nova elevatória (estação de bombeamento) e reformou outras quatro. Além disso, interligou e ativou uma tubulação subaquática de nove quilômetros, que agora conecta a rede da ilha à Estação de Tratamento de Esgoto São Gonçalo, município do outro lado da baía. Foram 10 meses de obra e um investimento de cerca de R$ 26 milhões.

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