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Com o apoio da Águas do Rio, oficina de trança nagô no Jardim Catarina teve o objetivo de profissionalizar mães solo que vivem em situação de vulnerabilidade
A Águas do Rio, em parceria com a Associação de Moradores e Amigos do Jardim Catarina (AMAJAC), realizou nesta quarta-feira (13/12), em São Gonçalo, um programa de geração de oportunidades voltado para mães solo que vivem em situação de vulnerabilidade. O grupo participou de uma oficina de trança nagô, na sede da associação, cujo objetivo era capacitar e profissionalizar moradoras de comunidades como trancistas, oferecendo a chance de elas buscarem uma fonte de renda.
A trança nagô, também conhecida como trança raiz, é uma técnica de origem africana e um símbolo de resistência e identidade cultural. As mulheres escravizadas usavam esse tipo de trança para desenhar rotas de fuga para quilombos. Atualmente, o ofício ainda tem o seu “grito de liberdade”. Pelos caminhos que vão sendo trançados na cabeça de clientes, mais mulheres conseguem escrever uma nova história, resgatando o empoderamento feminino para comandar as próprias vidas.
“Considerando a quantidade de mulheres que são chefes de família e entendendo as suas limitações pessoais e financeiras, a iniciativa visa oferecer meios facilitadores para que elas exerçam uma função remunerada em casa e, assim, consigam acompanhar a infância e a criação dos seus filhos de perto”, explica Luana Alcantara, que é professora, responsável pelo projeto Trançando Vidas e empresária do Estúdio Paraíso das Tranças.
Para Simony Dias, gestora de Responsabilidade Social da Águas do Rio, além de toda a representatividade que este movimento possui, ele também está dentro das diretrizes da empresa em transformar vidas.
“Temos o compromisso de irmos além dos serviços prestados nos municípios onde atuamos. Queremos deixar um legado para a população e ajudá-la a prosperar. E este programa vem ao encontro deste objetivo, principalmente quando se trata em ser mais uma rede de apoio para essas mulheres”, ressalta.
Para Liliane Santos, moradora do bairro Trindade e uma das cerca de 10 alunas do projeto, o curso foi mais uma oportunidade para aprimorar conhecimentos e ajudar na renda familiar.
“Na minha casa eu tenho um cômodo, um pequeno espaço, que o meu marido está me ajudando a ajeitar para que eu consiga atender as clientes. Quero ter o meu dinheiro e ajudar meus filhos. Eles são adolescentes e estão em uma fase que a gente precisa estar de olho e acompanhá-los. Assim consigo ter minha renda e fico com eles”, afirmou.
O curso teve cinco horas duração, e as matriculadas aprenderam técnicas para realizar o penteado, maneiras de gerenciar a parte financeira e quais os produtos necessários para iniciar a função. A próxima oficina será no próximo ano, também na AMAJAC.