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Equipes da concessionária vão retirar resíduos acumulados em meio século de existência do túnel de grandes dimensões, responsável por coletar esgoto da Zona Sul

 

Mais de duas mil toneladas de resíduos. Esta é a expectativa da quantidade que será retirada durante os nove meses em que ocorrerá a limpeza do Interceptor Oceânico, no trecho de Copacabana. A missão foi iniciada nesta terça-feira (21) pela Águas do Rio, à frente da operação inédita nesta parte do interceptor. Ele é responsável por captar o esgoto e água pluvial da região e transportar para o Emissário Submarino de Ipanema. Até março de 2023, os equipamentos da concessionária percorrerão os 2,4 km de extensão da galeria subterrânea, que fica ao longo da praia, retirando resíduos acumulados na enorme estrutura de saneamento.

A previsão é remover sedimentos das paredes de 5,5 m de diâmetro, o que irá aumentar a capacidade de escoamento local e contribuir na redução da incidência de fenômenos como línguas negras. O início da retirada de resíduos no interceptor é umas das mais importantes intervenções de saneamento da Águas do Rio desde que assumiu os serviços de água e esgoto da Zona Sul em novembro passado. O investimento na operação será de R$ 3,4 milhões.

“Estamos falando de uma operação complexa que exige o uso de equipamentos de ponta, logística e nove meses de trabalho de nossas equipes. Nos últimos dois meses, a concessionária realizou a limpeza do interceptor no trecho que passa pelo subsolo do aterro do Flamengo, entre a Glória e Botafogo. Ali, foram removidas mais de 600 toneladas de resíduos. A etapa de Copacabana é muito significativa, pois nunca foi limpa anteriormente, e a expectativa é que mais de duas mil toneladas de resíduos sejam retiradas”, explica o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.

Dinâmica da limpeza

Para realizar a retirada dos resíduos do Interceptor Oceânico em Copacabana, a concessionária irá utilizar uma estrutura com três caminhões. “O primeiro, estará equipado com uma mangueira de jato d’água de alta potência que vai deslocar os sedimentos depositados nas paredes da galeria subterrânea. Um segundo caminhão, com uma bomba de sucção, tem dupla função: separar por meio de peneiras o resíduo sólido do líquido. Toda a água utilizada será reciclada na própria operação e os sedimentos serão levados por um terceiro caminhão para um aterro sanitário licenciado”, descreve Sinval Andrade, diretor superintendente da Águas do Rio com atuação na capital.

Um novo gradeamento será instalado em tubulações que desembocam no túnel para conter o lixo que acaba parando ali, de forma irregular, obstruindo ainda mais a estrutura. A Águas do Rio irá aumentar a frequência de manutenção para evitar novos acúmulos de resíduos e, desta forma, fazer com que o sistema funcione com um nível mais baixo. Esta ação preventiva irá aumentar a capacidade de absorção de efluentes pelo interceptor.

Interceptor Oceânico

A estrutura de saneamento não se resume à praia de Copacabana. Ao todo, o Interceptor Oceânico tem 9 km de extensão, partindo da Glória até a Estação Elevatória de Parafuso, na altura do Posto 6, estrutura que encaminha os efluentes para o Emissário Submarino de Ipanema. Além do esgoto dos bairros da orla, o Interceptor também capta os dejetos de Laranjeiras, Cosme Velho e Santa Teresa.

Inaugurado em 1971, o interceptor oceânico foi uma das principais obras de saneamento básico no Rio de Janeiro realizadas até então e fez parte do projeto de alargamento e urbanização da praia de Copacabana, hoje um dos maiores ícones do turismo mundial.

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