Notícia
Intervenções em Marechal Hermes devolvem dignidade, conforto e rotina a famílias da Zona Norte carioca
O que décadas de reclamações não resolveram, uma semana de obras conseguiu transformar. Tudo porque equipes da Águas do Rio estiveram na Rua Costa Filho, em Marechal Hermes, Zona Norte carioca, onde ampliou em 130 metros a rede de abastecimento e trocou registros antigos. O resultado foi imediato: a água voltou a subir pelas tubulações, e a rotina das famílias que vivem na via, enfim, começou a mudar.
Vizinhos contam que, durante anos, tarefas simples, como tomar banho, lavar roupa, limpar a casa ou preparar as refeições, exigiam planejamento e revezamento entre os vizinhos. Porém, em seis dias de trabalhos, o cenário mudou, com a retomada do fornecimento contínuo de água.
Entre os beneficiados está Laura da Silva, de 83 anos, que vive na rua desde os anos 80. Ela lembra que, quando foi morar no bairro, ainda com os filhos pequenos, o problema já existia e foi se agravando com o tempo.
“Eu moro aqui há quase 40 anos. Antes da obra, a água era muito escassa e só chegava à caixa d’água à noite para fazer as tarefas do dia a dia. Foi difícil criar os filhos nessa situação; a gente vivia economizando e sempre precisava ficar de olho para não faltar”, afirma dona Laura.
Com o passar dos anos, a filha dela, Liliane da Silva, hoje com 57 anos, também passou a sentir o impacto do abastecimento irregular na vida da família. Ela relembra como era a rotina antes da obra.
“Antes, a água só caía de madrugada. A gente enchia baldes para poder lavar louça e usava água de balde até para dar descarga, pra não gastar a pouca água que entrava. Era tudo no baldinho. Agora consigo lavar roupa e usar a máquina normalmente. Tudo ficou mais fácil, especialmente pra minha mãe, que sofria com esse esforço diário”, contou Liliane.
Água que chega, vidas que mudam
Na mesma rua, os moradores do Condomínio Esperança também enfrentaram anos de dificuldade. Durante três décadas, cerca de 40 famílias viveram sem água encanada, dependendo de uma caixa comunitária que não atendia às necessidades básicas de consumo e higiene. A síndica, Fátima Vaz da Silva, de 60 anos, conta que só voltou a ter esperança depois do início da concessão.
“Foram 25 anos de sofrimento. Criei minhas filhas aqui sem poder tomar banho no chuveiro. Só conseguia fazer isso quando ia à casa delas”, relembra.
Segundo o coordenador de Operações da Águas do Rio, Alisson Frank, as intervenções foram planejadas para proporcionar alívio e conforto aos moradores.
“Saneamento não é só obra debaixo da terra. É saúde, dignidade e novas oportunidades econômicas. Em muitos lugares, o que parecia impossível está virando realidade”, afirma Alisson.
