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Previsão é retirar duas mil toneladas de resíduos acumulados por meio século em estrutura de 2,4Km de extensão e 5,5 metros de diâmetro.
Quem anda pela orla de Copacabana pode não saber que sob o calçadão central e uma das pistas existe uma enorme estrutura de saneamento básico. Trata-se do Interceptor Oceânico, um túnel de 9 km de extensão, sendo 2,4 km apenas em Copacabana, onde possui 5,5 m de diâmetro. O “túnel subterrâneo”, que tem largura para caber dois veículos, um ao lado do outro, funciona como um cinturão de proteção e é responsável por encaminhar o esgoto e as águas pluviais de bairros da Zona Sul, entre Glória e Copacabana, para o Emissário Submarino de Ipanema. Começando no dia 20 e seguindo nos próximos nove meses, o equipamento, construído há mais de 50 anos, será limpo pela primeira vez em seu trecho de Copacabana. A previsão é retirar cerca de 2 mil toneladas de resíduos acumulados.
O início da retirada de resíduos no interceptor é umas das mais importantes intervenções de saneamento da Águas do Rio desde que assumiu os serviços de água e esgoto da Zona Sul em novembro passado. O investimento na operação será de R$ 3,4 milhões.
“É a primeira vez que a estrutura de saneamento em Copacabana será limpa em meio século de existência. A limpeza dará maior capacidade de escoamento ao interceptor. Estamos falando de uma operação complexa que vai exigir o uso de equipamentos de ponta, logística e nove meses de trabalho ininterrupto de nossas equipes”, explica o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
Para realizar a limpeza, a concessionária irá utilizar um jato d´água de alta potência que vai deslocar os sedimentos depositados nas paredes do interceptor. Caminhões vão coletar o que é resíduo sólido e bombear o que é líquido para as estações elevatórias. Toda a água utilizada será reciclada na própria operação e o lixo será levado para um aterro sanitário.
Um novo gradeamento será instalado em tubulações que desembocam no túnel para conter o lixo que acaba parando ali, de forma irregular, obstruindo ainda mais a estrutura. A Águas do Rio irá aumentar a frequência de manutenção para evitar novos acúmulos de resíduos e, desta forma, fazer com que o sistema funcione com um nível mais baixo. Esta ação preventiva irá aumentar a capacidade de absorção de efluentes pelo interceptor.
Neste momento, os caminhões que realizarão a limpeza e farão parte da paisagem de Copacabana a partir de junho, estão em funcionamento no aterro do Flamengo, entre a Glória e Botafogo. Neste trecho, já foram retiradas mais de 500 toneladas de resíduos. A ação, por exemplo, viabilizou o desvio temporário do Rio Carioca após o desligamento da Unidade de Tratamento de Rio do Parque do Flamengo.
“É uma saída temporária porque o nosso objetivo é que o Rio Carioca volte a desaguar limpo, sem as contribuições irregulares de esgoto, na Baía de Guanabara. Trabalharemos para isto e contamos com toda a sociedade do Rio de Janeiro, além dos governos municipal e estadual, para atingirmos o nosso objetivo de recuperação deste importante corpo hídrico, que faz parte da história da cidade”, afirmou o superintendente da Águas do Rio na cidade do Rio de Janeiro, Sinval Andrade.
Interceptor Oceânico
A estrutura de saneamento não se resume à praia de Copacabana. Ao todo, o Interceptor Oceânico tem 9 km de extensão, partindo da Glória até a Estação Elevatória de Parafuso, na altura do Posto 6, estrutura que encaminha os efluentes para o Emissário Submarino de Ipanema. Além do esgoto dos bairros da orla, o Interceptor também capta os dejetos de Laranjeiras, Cosme Velho e Santa Teresa.
Inaugurado em 1971, o interceptor oceânico foi uma das principais obras de saneamento básico no Rio de Janeiro realizadas até então e fez parte do projeto de alargamento e urbanização da praia de Copacabana, hoje um dos maiores ícones do turismo mundial.