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Saneamento, drenagem e segurança hídrica pautam o primeiro dia FITS Água 2022

 

Dar visibilidade aos benefícios do saneamento e reforçar o papel de cada um na busca pela sustentabilidade. A FITS Água 2022 começou hoje colocando o abastecimento de água e a coleta e tratamento do esgoto no centro dos debates. Para o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, a mudança de pensamento sobre o tema é fundamental para avançar com esses serviços essenciais. “Antigamente havia um jargão de que as obras de saneamento não eram prioridade, porque não eram vistas, ficavam debaixo da terra. Mas isso mudou. As discussões em torno da Agenda 2030 da ONU, que define os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também tem ajudado na conscientização da importância do acesso ao saneamento. O ODS 6 fala justamente do direito à água e ao esgotamento sanitário para todos, garantindo saúde e qualidade de vida. Obra de saneamento faz a diferença na casa, na vida e na saúde do cidadão. E as pessoas já estão percebendo isso”, ponderou Bianchini, durante o Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade (FITS 2022 Água).

O primeiro dia do fórum, realizado hoje na sede da Fecomércio RJ, discutiu o panorama da segurança hídrica no Brasil, drenagem e coleta de esgoto, entre outros. Bianchini participou do painel A Sustentabilidade Integrada da Baía de Guanabara, ao lado da especialista em saneamento, Deise Coelho, e Guilherme Mendonça, gerente do BNDES, com a mediação do jornalista Márcio de Freitas, que abriu o evento falando das mudanças no país a partir do Marco Legal do Saneamento. “A partir daí, foi possível vislumbrar um avanço muito grande, espantando a imagem de descrédito do setor, resultante dos desempenhos anteriores do setor público”, frisou.

Guilherme e Bianchini ressaltam que o Marco Legal do Saneamento trouxe segurança jurídica para o setor

Para Bianchini, a grande conquista do Marco Legal foi a segurança jurídica, que atraiu o investidor. “A diferença dos antigos planos de saneamento para o momento de hoje é que, agora, temos metas contratuais. A concessionária que não atingir estas metas perde a concessão. Tudo foi feito com muita transparência, todas as empresas que participaram precisaram mostrar sua disciplina financeira”, apontou.

Guilherme Mendonça, que participou da modelagem da concessão da Cedae pelo BNDES, disse ter orgulho de ter participado de todas as etapas do processo. “Como cidadão, vejo as notícias que saem na mídia do trabalho que vem sendo feito pela Águas do Rio, por exemplo, e fico orgulhoso. O Rio de Janeiro é um grande exemplo a ser seguido, claro que com processos adequados à realidade de cada local, mas o que tiramos desta experiência é a importância da segurança jurídica”, afirmou Mendonça, lembrando que a participação e empenho do Governo do Estado, o diálogo com especialistas e a análise das prioridades de cada município foram fatores primordiais para o sucesso da concessão.

Integração com a sociedade

Da direita para esquerda: Guilherme, Deise, Bianchini e Márcio Freitas

A especialista Deise Coelho alertou para a necessidade da integração entre população, poder concedente e concessionárias, para que o trabalho seja bem sucedido. “Muito se fala que saneamento é saúde, é educação, mas é também autoestima. Vivenciei locais onde as pessoas passaram a cuidar mais de suas casas, quando o esgoto parou de jorrar a céu aberto. Só que o que é visto de cara pela população é somente a cobrança da tarifa, que, é claro, precisa ser paga. As empresas têm as suas obrigações, e o cidadão também, porque este é um processo em que todos estão envolvidos e têm um papel. Se todos os atores não estiverem integrados, o resultado positivo não vem”, considerou.

Guilherme Mendonça, por sua vez, lembrou que as concessões para empresas privadas não esvaziam o papel do setor público neste cenário. Tomando como exemplo a recuperação da Baía de Guanabara, ele lembrou outros fatores que interferem na saúde desse ecossistema, que vão além do que foi concedido no leilão da Cedae. “A urbanização das áreas irregulares e o controle dessa ocupação não são responsabilidade da concessionária, assim como também não é responsabilidade das empresas a boa destinação e tratamento dos resíduos sólidos. Tudo isso é demanda do ente público, e isso é a prova de que a sustentabilidade da baía não é tarefa de um único agente”, disse ele.

FITS ÁGUA 2022

Idealizado e realizado pelo Centro Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade, o FITS Água está sendo realizado na sede da Fecomércio, no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de julho. O evento traz palestras e apresentações de cases para discutir a visão local sobre água e saneamento alinhada à global, em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento humanos.

 

 

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