Postado por [email protected] em 26/fev/2025 - Sem Comentários
Morador da Rocinha há mais de 40 anos, o comerciante Luiz Gomes da Silva, que possui um pequeno mercado na Rua da Raiz, lembra que sempre sofreu com um extravasamento de esgoto na comunidade da Zona Sul carioca. O problema era recorrente devido ao acúmulo de lixo e ao assoreamento das redes – pluviais e de esgotamento sanitário –, que, com o crescimento populacional, tornaram-se insuficientes, dificultando a circulação de pedestres. Porém, a realidade de Luiz e de cerca de cinco mil moradores da região foi transformada após a Águas do Rio finalizar uma obra no local.
“Quando chovia aqui, não dava para passar. Era tudo alagado, e a vala estourava todos os dias. Até sem chuva já estourava. Tinha dias em que eu não conseguia abrir a minha loja para trabalhar”, conta.
Iniciada em setembro passado, a intervenção teve como principal objetivo resolver problemas históricos de saneamento na maior favela do Brasil, trazendo benefícios diretos para a saúde e a qualidade de vida dos moradores. A concessionária realizou a extensão de 120 metros da rede de esgoto, com um dimensionamento maior, além de captar os resíduos despejados irregularmente nas galerias de águas pluviais por meio de Coletores de Tempo Seco (CTS) – sistema que intercepta e leva para tratamento o esgoto lançado indevidamente na rede pluvial.
Hoje, Seu Luiz, como gosta de ser chamado, não se preocupa mais com as mudanças climáticas e celebra:
“Agora, quando chove, a água escoa bem rápido. Não está mais enchendo como antes. Não tenho mais aquela preocupação de entupir e alagar tudo. Após a obra, ficou bem melhor.”
A cozinheira Sônia Santana, de 75 anos, vizinha de Seu Luiz, também teve seu dia a dia transformado pela atuação da concessionária. Moradora da Rocinha desde os anos 70, ela viu a comunidade crescer e se desenvolver ao longo dos anos. Mas, segundo ela, algo que demorou a mudar foi o extravasamento de esgoto na sua rua.
Acostumada a conviver com o mau cheiro e a proliferação de insetos na porta de sua casa, devido à proximidade com uma das valas, hoje ela comemora:
“Antes, era impossível andar com a água preta que ficava por aqui, fora o fedor insuportável. Hoje, eu consigo passar com o meu carrinho de feira sem problemas. A nossa vida melhorou bastante com essa obra.”
As melhorias no sistema de esgoto não são apenas uma questão de infraestrutura, mas também de saúde pública. Com o esgotamento adequado, a propagação de doenças relacionadas à falta de saneamento, como diarreia, hepatite e leptospirose, deverá diminuir consideravelmente.
“Diante do crescimento populacional, a antiga rede de esgoto tornou-se incapaz de suportar a demanda da área. Nosso objetivo é criar um ambiente mais seguro e saudável, trabalhando em colaboração com os moradores para garantir que essas melhorias atendam às necessidades reais da comunidade”, afirma Samuel Augusto, diretor executivo da Águas do Rio.